Com Açúcar, Com Afeto
Chico Buarque
Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa, qual o quê!
Com seu terno mais bonito, você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa
Você diz que é um operário, vai em busca do salário
Pra poder me sustentar, qual o quê!
No caminho da oficina, existe um bar em cada esquina
Pra você comemorar, sei lá o quê!
Sei que alguém vai sentar junto, você vai puxar assunto
Discutindo futebol
E ficar olhando as saias de quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol
Vem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppo
Você vai querer cantar
Na caixinha um novo amigo vai bater um samba antigo
Pra você rememorar
Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão, qual o quê!
Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratado
Ainda quis me aborrecer? Qual o quê!
Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato
E abro os meus braços pra você.
Tocados pelo lirismo da música de Chico Buarque cantada juntamente com a doçura
de Nara Leão, o grupo de professores do Colégio Atlântico sentaram-se a mesa
juntos nessa noite de sexta-feira (07-06-2013) para ínicio das atividades do
Clube do Livro e se deleitarem com muita poesia e café pela primeira vez. Com o
tema “Educar para a fruição estética” a literatura foi à mesa para ser
saboreada sem medo de engordar: entre livros de poemas, sorrisos e hálito
quente de café a poesia era declarada em voz alta.
Desta forma, a partilha se fez e logo vieram os diálogos e
questionamentos: “O que queremos” Apenas o alimento físico supre todas as
necessidades de nosso ser? Não precisamos de algo a mais? Necessitamos de
alimento para a nossa alma e esse alimento pode ser a literatura. Feita essa
interpretação e levantamento de conceitos do grupo, refletimos no que
procuramos na poesia: O que nós buscamos na poesia? O que vocês acham que é
importante para nós lermos um poema? Ah, é significativa a presença do verbo alimentar na constituição das falas e expressões geradas. O alimento do sonho e da poética liga-se ao alimento do corpo, ambos fundamentais à condição humana.
Mencionou-se a dificuldade que há em muitas vezes lermos um poema e de se interpretar por conta da linguagem poética, por não haver chaves de leitura fáceis. Chegamos à conclusão que mais importante não exigir que as pessoas e os educandos compreendam o que o poeta quis dizer: isso não é considerável num primeiro plano, pois necessitamos descobrir o que a leitura do poema desperta em cada um de nós, o que a poesia nos faz sentir e refletir.
Mencionou-se a dificuldade que há em muitas vezes lermos um poema e de se interpretar por conta da linguagem poética, por não haver chaves de leitura fáceis. Chegamos à conclusão que mais importante não exigir que as pessoas e os educandos compreendam o que o poeta quis dizer: isso não é considerável num primeiro plano, pois necessitamos descobrir o que a leitura do poema desperta em cada um de nós, o que a poesia nos faz sentir e refletir.
Posteriormente muita leitura de poesia, voltou-se os olhos ao PowerPoint
com a leitura e análise do material que trouxe para auxiliar a apresentação. Permeamos
textos de Adair de Aguiar Neitzel “Sensibilização poética: educar para a fruição estética” e de
Umberto Eco “Sobre a literatura” para discutirmos e dialogarmos do papel da
literatura no indivíduo, defendendo a literatura fruitiva como meio para se
atingir a fruição estética e educar para a sensibilidade. Neste sentido
compreendendo melhor a formação de leitor na instituição escolar e a importante
dessa efervescência cultural/artística para construção do sujeito e humanização
do homem.
Para fechar esta noite especial, elaborou-se uma síntese da obra
escolhida para ser lida e discutida com o grupo: “Como um Romance” de Daniel
Pennac. Obra esta que figura um ensaio sensibilíssimo e nos mostra que a magia
da leitura se perde quando o livro deixa de ser “vivo” e que para entendê-la
basta voltar ao despudor da primeira infância, de querer tudo descobrir. Todos
estão muitíssimos ansiosos e animados para começarem a leitura.
Com afeto e com a alma encharcada de poesias, fechou-se a noite com todos cantando a música de abertura: Com açúcar, Com afeto.
Com afeto e com a alma encharcada de poesias, fechou-se a noite com todos cantando a música de abertura: Com açúcar, Com afeto.
Professor Bruno Lazzarotto Farias.
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