CAIXINHA MÁGICA
Fabrico uma caixa
mágica
para guardar o que não
cabe em nenhum lugar:
a minha sombra
em dias de muito sol,
o amarelo que sobra
do girassol,
um suspiro de beija-flor,
invisíveis lágrimas de amor.
Fabrico a caixa com vento,
palavras e desequilíbrio
e, para fechá-la
com tudo o que leva dentro,
basta uma gota de tempo.
O que é que você quer
esconder na minha caixa?
para guardar o que não
cabe em nenhum lugar:
a minha sombra
em dias de muito sol,
o amarelo que sobra
do girassol,
um suspiro de beija-flor,
invisíveis lágrimas de amor.
Fabrico a caixa com vento,
palavras e desequilíbrio
e, para fechá-la
com tudo o que leva dentro,
basta uma gota de tempo.
O que é que você quer
esconder na minha caixa?
Autora: Roseana Murray


Com o objetivo de expor o leitor ao texto poético e provocar a reflexão
sobre a poesia que aquece o imaginário, as atividades realizadas na tarde de
terça-feira (11 – 06 – 2013) foram antes de tudo uma festa. O encontro com as
crianças na biblioteca foi feito com muito carinho e a vontade em meio a
tapetes e livros.
Realizou-se a declamação de vários poemas e ainda contação de história do
livro de Chico Buarque “Chapeuzinho Amarelo”, muito bem aprovado pelas crianças
e com exigências de mais e mais (além das cobranças das ilustrações!). E que
surpresa agradável ao ser pego de surpresa com uma música que a turma cantava
antes de vir à história! Professora, eu quero aprender para poder cantar também!!!
Após muitas declamações, o poema “Caixinha Mágica” de Roseana Murray,
foi distribuído de for impressa para todos (juntamente foi metade de uma folha em branco e
caixa de giz de cera). Feita a leitura da poesia, abriu-se espaço para que os
ouvintes falassem sobre o que sentiram ao ouvir, o que o isso representava para
eles e “o que vocês querem que caiba em sua caixinha mágica?” Logo veio o coro
de cada criança: Lápis, caderno, chiclete, pião, sol, bicicleta, skate, calção,
família, flores, tartaruga, tartaruga, tartarugas, muitas tartarugas! Bola,
pelúcia, merenda, cobra, muita gente, castelo de areia, homem de ferro, caixa
de areia, gnomo, sereia, pirata, Ben 10... Observe-se que o poema se constrói como um quadro, atingindo o leitor e ouvinte pela força de suas imagens. As palavras, como se viu, também condensam em imagens e interpretações o imaginário do sujeito: é o leitor sendo coautor do texto. Assim, ela é também parte integrante da produção simbólica e como tal constrói o real.
Ao som da música de Gilberto Gil “Metáfora” todos concentrados imaginaram
que aquele retângulo de papel era sua caixinha mágica e deveria desenhar tudo
aquilo que queria que entrasse dentro.
Quando a música terminou (duas vezes porque estava muito bom) pediu-se
que metade das pessoas exibissem seus desenhos para a turma e contassem o que
desenhou, após isso se solicitou que afixassem o desenho na parede para assim
se transformar num mural mágico. Os demais circularam pelo ambiente observando
os desenhos que acreditaram corresponder à sua metade e que efetuassem a junção.
Feito isso, todos observaram uma segunda vez e a houve a socialização. “O que sentiram?” “Como é ter que procurar a parte a que corresponde?” "Oras, porque é legal professor!" “Porque sim...” “Porque gosto muito da minha irmã e tem esse sol que ele desenhou em cima também e que faltava...” Finalmente, reproduziu-se em um gesto de carinho a experiência vivida naquele momento. E muito obrigado. “Mas o desenho posso levar para minha casa e mostrar para a minha mãe né profe?!”
Feito isso, todos observaram uma segunda vez e a houve a socialização. “O que sentiram?” “Como é ter que procurar a parte a que corresponde?” "Oras, porque é legal professor!" “Porque sim...” “Porque gosto muito da minha irmã e tem esse sol que ele desenhou em cima também e que faltava...” Finalmente, reproduziu-se em um gesto de carinho a experiência vivida naquele momento. E muito obrigado. “Mas o desenho posso levar para minha casa e mostrar para a minha mãe né profe?!”
A palavra como fio condutor nos permitiu traçar caminhas de integração
entre a Literatura e a psique humana: está impressa em toda forma de expressão
do homem. Como proposta estética e existencial para a formação da criança e do
jovem, a intenção de dialogar com a poética e permitir a construção de símbolos
se efetivou com sucesso nesta (alegria!) que foi a primeira de minha
intervenção com os professores juntos da turma.
Para finalizar o diário de hoje, convido para refletirmos esse trecho do
livro “Literatura infantil: gostosuras e bobices” da autora Fanny Abramovich.
Que é assim:
”É ouvindo histórias que se pode sentir (também) emoções importantes, como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranquilidade, e tantas outras mais, e viver profundamente tudo o que as narrativas provocam em quem as ouve – com toda amplitude, significância e verdade que cada uma delas fez (ou não) brotar... Pois é ouvir, sentir e enxergar com os olhos do imaginário.”
”É ouvindo histórias que se pode sentir (também) emoções importantes, como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranquilidade, e tantas outras mais, e viver profundamente tudo o que as narrativas provocam em quem as ouve – com toda amplitude, significância e verdade que cada uma delas fez (ou não) brotar... Pois é ouvir, sentir e enxergar com os olhos do imaginário.”
Professor Bruno Lazzarotto Farias.
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