Olhar
O que eu vejo
me atravessa
como ao ar
a ave
o que eu vejo passa
através de mim
quase fica
atrás de mim
o que eu vejo
– a montanha por exemplo
banhada de sol –
me ocupa
e sou apenas
essa rude pedra iluminada
ou quase
se não fora
saber que a vejo.
me atravessa
como ao ar
a ave
o que eu vejo passa
através de mim
quase fica
atrás de mim
o que eu vejo
– a montanha por exemplo
banhada de sol –
me ocupa
e sou apenas
essa rude pedra iluminada
ou quase
se não fora
saber que a vejo.
[Ferreira
Gullar, Barulhos, p. 29]
Que tal uma narrativa visual, onde toda
a história é contada através de desenhos ou fotos sem nenhuma palavra? Em “O leão e o camundongo” de Jerry Pinkney, o impacto visual que as
ilustrações provocam surpreendem! Os desenhos vivos, as situações de conflito,
seu uso inteligente da página, seu desenho grandão, vão conduzindo a
acontecência pela perspectiva do olhar: é o movimento, a andança, que faz o
roteiro do visto, do percebido, do sentido, do que quer ser vivido, mexendo com
a agudeza do leitor/olhador.
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Detalhe da capa e contracapa |
Histórias sem texto são palavras
trocadas por traços e cores! Assim, com o auxilio imagético das crianças
efetuamos uma vivência com esta obra que ultrapassa o sentido inteligível e
ecoa no senso estético! Construímos narrativas orais belas e complexas em
grupo, a imagem explicou a palavra e a palavra reescreveu a imagem.
Nos em momento de criação das narrativas... |
"Ouça-me rugir: GRRRRR!!!" |
Olhem os rostinhos deles! rsrs |
E é tão bom ver o belo ou descobrir o
que é bonito sem que antes se suspeitasse disso, diria Fanny Abramovich em seu livro “Literatura
infantil: gostosuras e bobices”. Esses bons livros de artes visuais são,
sobretudo, experiências do olhar, de
uma visão múltipla, pois se vê com os olhos do autor e do olhador/leitor,
“ambos enxergando o mundo e as personagens de modo diferente, conforme percebem
esse mundo” (ABRAMOVICH, 2009).
E é tão bom saborear e detectar tanta
coisa que nos cerca usando esse instrumentos nosso tão primeiro, tão revelador
de tudo: a visão. Talvez seja um jeito de não formar míopes mentais...
Opa, sinopse do livro? Nós criamos as
nossas histórias, no entanto o site da editora trás a dela, a saber:
“Esta é uma
versão da conhecida história do ratinho que retribui a generosidade do leão
libertando-o de uma armadilha fatal. Neste livro sem texto, ela nos é contada
por meio das belíssimas imagens de Jerry Pinkey. São ilustrações de página
inteira, que impressionam por sua altivez. Cada vez que folheamos o livro,
nossos olhos captam novas cores e novos detalhes que vêm enriquecer a
história”.
Outro momento poético com todas as
turmas foi de uma obra do Caetano Veloso:
“Canto de um povo de um lugar”
(música do álbum “Jóia” de 1975). Primeiramente
distribui a letra/poema para leitura prévia e em silêncio:
Canto de Um Povo de Um
Lugar
Todo dia o sol levanta
E a gente canta
Ao sol de todo dia
E a gente canta
Ao sol de todo dia
Fim da tarde a terra cora
E a gente chora
Porque finda a tarde
E a gente chora
Porque finda a tarde
Quando a noite a lua mansa
E a gente dança
Venerando a noite
E a gente dança
Venerando a noite
Madrugada, céu de estrelas
E a gente dorme
sonhando com elas.
E a gente dorme
sonhando com elas.
Autor: Caetano Veloso
Momento Literário –
prof. Bruno
Depois efetuamos a declamação da mesma
em voz alta alternando a vez: hora menino, hora menina, outra vez em dupla,
depois em pequeno grupo, etc. Sempre respeitando o tempo e a singularidade de
cada indivíduo. Na sequência, propus que formássemos um círculo, coloquei a
música do Caetano para audição e... Cantamos juntos!
Momento de leitura individual. |
O grupo em círculo, ouvindo e cantando a música. |
Cantamos e na cadência do som mexíamos nosso corpo de forma leve e em grupo:
apoiamos os braços uns nos outros, tocamos as mão, movimentamos o círculo
espontaneamente. Por fim sentamos mantendo o círculo, fechamos os olhos até a
música acabar. Quando abrimos as pupilas, conferi um sorriso no rosto das
crianças: o momento foi epifânico! Acho que atingimos a arte
e essa coisa de “alcançar as veias do
impossível”...
Detalhe da gente ao final da poesia/canção. |
♥ |
Colhi algumas palavras das crianças em
relação à ocasião: “Essa poesia e música é bonita”, “é linda como nossa
voz”, “é delicada”, “é legal porque tem os nossos dias”, etc.
Precisa de mais explicação? Ouça e sinta
a melodia:
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Abraços, professor Bruno.
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