segunda-feira, 1 de julho de 2013

2º encontro do Clube do livro: Poesia, escola e educação criadora



"É na minha disponibilidade permanente à vida que me entrego de corpo inteiro, pensar crítico, emoção, curiosidade, desejo, que vou aprendendo a ser eu mesmo em minhas relações com o contrário de mim. E quanto mais me dou à experiência de lidar sem medo, sem preconceito, com as diferenças, tanto melhor me conheço e construo meu perfil". (PAULO FREIRE)

O segundo encontro do Clube do Livro Atlântico se deu em clima de muita partilha e de boas-vindas aos novos integrantes! O círculo está expandindo-se e aos poucos se fortalecendo, firmando laços afetivos pelo amor em comum pelo livro. Em clima de efervescência literária, abriu-se espaço para a socialização de obras apreciadas por alguns integrantes. 




Para estimular a sensibilidade no convívio, conversamos um pouco a respeito de nosso cotidiano escolar tendo como fio condutor um vídeo em que a Dra. Ana Cláudia discute conceitos baseados no livro “Os cinco maiores arrependimentos antes de morrer” escrito por Bronnie Ware, uma enfermeira especializada em cuidar de pessoas próximas da morte. A saber:

#1. Eu gostaria de ter tido coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, e não a vida que os outros esperavam de mim;
#2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto;
#3. Eu gostaria de ter tido coragem de expressar meus sentimentos;
#4. Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos;
#5. Eu gostaria de ter me deixado ser mais feliz.

 



Por meio da expressão particular de cada um, expandiu-se as experiências compartilhadas dos nossos anseios, expectativas e sonhos. Neste sentido, conchavando com essa “aventura espiritual” que é a leitura, visto que muitos são os fatores em jogo e se faz importante um engajamento do eu em uma experiência rica de vida, inteligência e emoções, aponta Coelho (2000, p. 32); em contraponto do sistema de vida contemporânea (pressionado pela velocidade, pela superficialidade dos contatos humanos).



Posteriormente, foi o momento de dialogarmos acerca do papel da literatura na escola, em especial a poesia, tendo como título “Poesia na Escola: arte e educação literária”. Como referência bibliográfica utilizamos o artigo de Neitzel “Sensibilização poética: educar para a fruição estética”, que nos serviu para destacar pontos relevantes da riqueza que é a literatura ser vista e apreciada como objeto artístico que contribui para a formação estética do indivíduo.



Dois questionamentos tornaram o âmago da noite: a) O que a criança quer encontrar no livro? b) Por que a poesia transita pouco nas instituições educativas?
Conversa vai, conversa vem, até que achamos possíveis respostas chaves: Às vezes as crianças estão cansadas de tanta repetição e querem mesmo é passar o tempo para se deleitar com a leitura, então essa criança ou até mesmo qualquer pessoa gostaria mesmo é de encontrar o inusitado no livro. Se surpreender, conseguir por meio da imersão literária transcender a sua condição de sujeito para se ultrapassar, se invadir ou adquirir conhecimento. A escola muitas vezes acaba por refutar a poesia algumas vezes por ela não oferecer chaves de leitura muito fáceis, tornando a leitura muito aberta e complicada de ser delimitada com perguntas e respostas ou não estar muito ligada ao uso da linguagem referencial, técnica e racional (função objetiva), pois a poesia visa antes de tudo, despertar sensações e sentimentos quaisquer. Neste sentido, a poesia acaba hibernando nas prateleiras da biblioteca.




Ações como estas configuram-se em

“um programa amplo, que se apóie na educação pela arte, fortalece o potencial de cada ser, revelando sua originalidade, estimula sua expressão e respeita iniciativas diferenciadas que dão espaço a preferências, gostos, tendências e habilidades individuais” (RESENDE, 1997, p.99)

Enfim, é por meio destes momentos especiais que se consolida a relação Arte-Escola com a finalidade de contribuir para o crescimento sociocultural, artístico, histórico, e crítico-reflexivo das pessoas envolvidas com a educação.
 



Professor Bruno Lazzarotto Farias.



 



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