"Talvez uma das funções mais importantes da arte consista em conscientizar os homens da grandeza que eles ignoram trazer em si". (ANDRÉ MALRAUX)
Com o objetivo de provocar a imaginação e
sensibilizar para o universo simbólico, desenvolveu-se uma dinâmica com as crianças
da Educação Infantil para trazer a baila todo esse universo do “faz-de-conta”. E começou
assim... Preparando o ambiente para auxiliar a imersão na palavra poética: uma
colcha colorida e as obras literárias dispostas, assim alegrando e
desacostumando o espaço da sala de aula. Posteriormente, introduziu-se a
brincadeira distribuindo uma folha em branco para todos, falou-se um pouco
desse mundo mágico e simbólico, e com o auxilio de uma harmônica (gaita de
boca) entoada pelo mediador despertou-se a atenção dos olhos e ouvidos. Foi
interessante observar a reação das crianças, atônitos com a presença de
diferentes sons dentro da sala de aula.
Na sequência, ofertou-se um “Passaporte
mágico” para uma festa diferente que se anunciava... “Bruxa, bruxa venha à
minha festa” de Arden Druce e “Lino” de André Neves foram às obras contadas.
Abriu-se espaço para a manifestação da turma e constatou-se que existem seres
mágicos que trabalham para realizar os desejos de todas as pessoas e são muitos:
fadas, bruxas, feiticeiros, “pé de planta mágica”, Ben 10, mágicos, varinha de
condão, unicórnio, dente de leite que está pra cair, bandeirinhas, sereias e
tantos outros preenchem a lista.
Assim, pediu-se para que todos erguessem
e balançassem fortemente a folha em branco ao mesmo tempo. Na medida em que
agiam questionamentos eram provocados: “Conseguem perceber que está fazendo
muito barulho?” “Sim, parece de chuva, vento, raio, trovão, etc”. Há muita
gente e muita energia, não? “Sim!!!”. Então, fomos aos poucos parando,
levemente, cada um respeitando o seu ritmo. Por conseguinte, pediu-se para que fechassem
os olhos e imaginassem três desejos. Desejos que deveriam ser pensados
positivamente de olhos fechados enquanto se amassava beeeeeem amassado a folha
de papel. Amassar muito, para que os pedidos estarem bem embrulhadinhos. Para a
realização dos desejos algumas palavras mágicas foram ditas: “Salamaleque,
salamaleque... bico de pato... asa de vento, que meus três pedidos, três
desejos e pensamentos sigam a contento!!!”.
Foi expresso então que a única maneira de
se saber se os pedidos serão atendidos é fazendo o seguinte teste: Abrir o
papel, desembrulhando-o cuidadosamente e agitá-lo bem forte no ar. Se fizer
barulho é sinal de que infelizmente, as fadas ou os feiticeiros estão muito
ocupados e com muitos pedidos para atender. Se não fizer barulho, todos os
pedidos serão atendidos! Muita surpresa ver a carinha da maioria agora
preocupados em descobrir como o barulho sumiu! O desejo se realizará? Aonde foi
parar o som?
Para finalizar este momento mágico,
solicitou-se que simbolizassem os três desejos que fizera em forma de três
ilustrações na folha. Os alunos pintaram, enfeitaram e customizaram do jeito
que a vontade mandasse, depois recortaram e colocaram tudo dentro de sua
caixinha mágica.
DICA de leitura:
- CHAPEUZINHO VERMELHO, VENHA À MINHA
FESTA! TUBARÃO VENHA A MINHA FESTA! As crianças repetiam toda hora ao término
da aula, convidando umas as outras. Mas... Que livro é esse?
“Bruxa,
bruxa venha à minha festa” (1995,
Editora: Brinque-book) escrito por ARDEN DRUCE e ilustrado por PAT LUDLOW.
Definitivamente esse “livrão” (maior do que os comuns) chama atenção pela arte
de peso! Esses personagens magicamente desenhados com cuidado e vida nos
deixaram em completa extasia! Adquiri o livro e fiquei tentado a colocar em
moldura, tamanha delicadeza e medo de estragar. Só que como tenho essa mania de
querer dividir o que gosto, num exercício de liberdade compartilho essa leitura
com quem puder! “Uma história diferente
que mostra como a imaginação das crianças as faz capazes de se deliciar com a
ideia do medo”, sinaliza o sítio da editora, e de quebra traz sugestões de
dinâmicas. Para mais informações sobre o livro, visite o catálogo da editora.
Professor Bruno Lazzarotto Farias.
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